Quase um mês passara desde o encontro com Miguel. E ei-lo de novo ali, no Bristol. Quase um mês passara desde o encontro com Miguel e há quase um mês que a lembrança de Leonor o vinha revisitando. Leonor. Essa adorável divorciada de um visconde que comprara o título.
Na véspera de partir para Itália, a promessa tinha sido a de a avisar mal voltasse. De facto um qualquer jornal disso se encarregara. E tinham-se encontrado. Como prometido. O entusiasmo das notícias por partilhar tinha adiado o desconforto. Irremediavelmente foram-se afastando. Até porque havia Miguel, até porque havia Maria Teresa.
Fora com alguma surpresa que recebera o telefonema de Miguel para se encontrarem no club há quase um mês. Surpresa maior fora saber a causa: Leonor.
Leonor, com quem Tomás fugira – no sentido literal do termo – para Paris. Assim, de repente, naquele final de Outono de 1925, no dia em que os jornais anunciavam a demissão de Teixeira Gomes.
Imbuídos de uma destruição cega e inconsciente, tinham fugido. Miguel da fuga soube por Carolina, a irmã de Tomás a quem este enviara uma carta.
E os dias de Paris… Tomás, sentado na poltrona, fechou por momentos os olhos, ouvindo a música da orquestra, relembrando um pedaço de Rue de Rivoli. Depois, apenas o fim, o regresso sem conversa.
E Leonor a voltar para Miguel, que a perdoava. E Tomás a decidir-se por Itália. E Maria Teresa a procurar Tomás antes da partida.
E Maria Teresa que agora estava em casa, enquanto Tomás se encontrava no Bristol, há quase um mês relembrando a viscondessa de Lima Campos.
domingo, 31 de maio de 2009
Relatado por Jules
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