Terça-feira, 20h00
Ainda não consegui falar com Marta.
Parece que um qualquer destino me impede de saber o que motivou aquele olhar perturbado. No dia da reunião ela desapareceu inesperadamente. Seguiram-se apenas encontros fugazes, mas algo de estranho se passa. Consigo pressentir o desconforto…mas a que se deve?
J.F.
Quinta-feira, 03h30
Os olhos de quem se ama nunca se vêem, capitulo V
Se há uns dias era a falta de notícias que me atormentava agora constatar é o excesso delas. Porque não as consigo assimilar, ordenar, compreender. Nas últimas horas parece que o tempo acelerou, os acontecimentos sucederam-se perante a minha falta de reacção. Só agora, com um copo de whisky à minha frente e um cigarro na mão, começo a raciocinar.
Mais uma noite no Bristol, como as anteriores. Estava encostado ao balcão, absorto na ausência de pensamentos até me ter apercebido de uma agitada troca de palavras:
- …reunião…no Bristol. Ela disse que era seguro.
- Já te disse que não. Não podemos comprometer o Bristol.
Durante esta conversa mantive a cabeça baixa e o olhar fixo no copo vazio à minha frente. Por isso apenas vi de relance o vulto que se afastava do barman batia com a porta. Poucos segundos depois, esse vulto reentrou a correr, com o pânico espelhado no rosto. Em perseguição vinham dois homens, de gabardine e chapéu cerrado sobre os olhos, que o empurraram contra o balcão. Num ápice todos nos levantamos, confusos. Na porta apareceu um terceiro homem, vestido como os restantes. Mostrando um crachá, anunciou laconicamente tratar-se de uma operação policial. O fugitivo estava a monte desde Fevereiro. Lentamente a ordem voltou a instalar-se, enquanto os dois homens escoltavam o suspeito até à rua. O chefe no entanto ficou para trás.
- Meus senhores, só uma questão. São clientes habituais? Óptimo. Talvez me possam informar acerca de uma mulher. Alta, morena, olhos verdes…Ninguém? Bem, caso se lembrem de algo, há uma recompensa. Boa noite.
Ainda não consegui falar com Marta.
Parece que um qualquer destino me impede de saber o que motivou aquele olhar perturbado. No dia da reunião ela desapareceu inesperadamente. Seguiram-se apenas encontros fugazes, mas algo de estranho se passa. Consigo pressentir o desconforto…mas a que se deve?
J.F.
Quinta-feira, 03h30
Os olhos de quem se ama nunca se vêem, capitulo V
Se há uns dias era a falta de notícias que me atormentava agora constatar é o excesso delas. Porque não as consigo assimilar, ordenar, compreender. Nas últimas horas parece que o tempo acelerou, os acontecimentos sucederam-se perante a minha falta de reacção. Só agora, com um copo de whisky à minha frente e um cigarro na mão, começo a raciocinar.
Mais uma noite no Bristol, como as anteriores. Estava encostado ao balcão, absorto na ausência de pensamentos até me ter apercebido de uma agitada troca de palavras:
- …reunião…no Bristol. Ela disse que era seguro.
- Já te disse que não. Não podemos comprometer o Bristol.
Durante esta conversa mantive a cabeça baixa e o olhar fixo no copo vazio à minha frente. Por isso apenas vi de relance o vulto que se afastava do barman batia com a porta. Poucos segundos depois, esse vulto reentrou a correr, com o pânico espelhado no rosto. Em perseguição vinham dois homens, de gabardine e chapéu cerrado sobre os olhos, que o empurraram contra o balcão. Num ápice todos nos levantamos, confusos. Na porta apareceu um terceiro homem, vestido como os restantes. Mostrando um crachá, anunciou laconicamente tratar-se de uma operação policial. O fugitivo estava a monte desde Fevereiro. Lentamente a ordem voltou a instalar-se, enquanto os dois homens escoltavam o suspeito até à rua. O chefe no entanto ficou para trás.
- Meus senhores, só uma questão. São clientes habituais? Óptimo. Talvez me possam informar acerca de uma mulher. Alta, morena, olhos verdes…Ninguém? Bem, caso se lembrem de algo, há uma recompensa. Boa noite.
Relatado por Joszef
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