domingo, 12 de julho de 2009

Segunda-feira, 22:50h


Deixei de beber. Faço este anúncio como quem anuncia algo de importante e monumental, quando na verdade apenas passaram dois dias desde que bebi o último copo de whisky. De facto é algo de totalmente irrelevante. Não o fiz por razões morais, muito menos por preocupações de saúde. Pura e simplesmente descobri que sem o álcool o meu vício era outro: escrever. E assim consegui retomar aquela personagem perdida e a sua história de amor inexistente.
Não avancei muito, mas já foi qualquer coisa….

J.F.

Quinta-feira, 00:42h

Os olhos de quem se ama nunca se vêem, capitulo III

Eu disse que não conseguia esquecer!
Escrevo febrilmente estas linhas num guardanapo enquanto retomo na minha mente o filme desta noite.
Parecia só mais uma noite no Bristol, igual a todas as que se tem seguido ininterruptamente nas últimas três semanas. Até que…terá sido uma miragem? Parecia que o mundo estava a girar mais lentamente, enquanto ELA se sentava, na outra ponta do balcão. Sim, era mesmo ela. Os mesmos olhos verdes que nunca irei esquecer.
Estava sentada ao balcão, a beber um Martini e a fumar um daqueles longos cigarros de senhora. O vestido era vermelho, mas um vermelho sóbrio e quase frio.
Fiquei a olhá-la esquecido de tudo. Não sei quanto tempo passara mas ela levantou-se, calmamente. Enquanto se levantava pude vislumbrar, por baixo do vestido, uma combinação preta…
Fechei os olhos, pedi outro whisky. Duplo, talvez. Quando voltei a olhar ela já desaparecera, como num sonho.
Relatado por Joszef

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