- O fox-trot!
Palavras mágicas. No momento seguinte estava toda a gente no meio da sala, movendo-se frenética ao som da orquestra.
Leonor fizera a sua entrada nos salões vestida de cetim verde apenas alguns instantes atrás e a balbúrdia do fox deixou-a muito bem-disposta, como se a dança fosse destinada a recebê-la.
E ela que bem precisava. O Verão com o advogado terminara. Sim, um advogado, outro. Havia qualquer coisa na retórica daqueles homens, devia ser isso. (Poupemo-nos entretanto a descrições físicas, aí veríamos uma verdadeira divagação – provavelmente saudosista – por parte da viscondessa.)
De qualquer modo, o último advogado já era e não se podia permitir a ficar em grandes melancolias, reclusa no seu palacete do Campo Grande.
Por isso, ei-la, a viscondessa de Lima Campos, perdendo-se em fresquíssimo gáudio nos salões e óleos do Bristol. Estava sozinha e percebeu que alguns falavam dela. (Convenhamos que três casamentos civis, para a Lisboa da época, era um número considerável.)
- O one step!
Nova euforia na sala. Oh, alguém abra uma garrafa de champanhe com ruído, por favor! É o toque que falta ao momento, sem dúvida. Leonor sorria. E que fazer, senão sorrir perante tal encantador espectáculo?
- Senhora Viscondessa?
Leonor olhou na direcção da voz. Era um desconhecido que lhe dava o braço. E porque não? Sorriu, dançou com ele. Era mesmo o que ela precisava. Riu-se enquanto dançava, trocava olhares com o seu parceiro. Riu-se.
Sejamos francos. Não, não era necessária qualquer retórica.
Palavras mágicas. No momento seguinte estava toda a gente no meio da sala, movendo-se frenética ao som da orquestra.
Leonor fizera a sua entrada nos salões vestida de cetim verde apenas alguns instantes atrás e a balbúrdia do fox deixou-a muito bem-disposta, como se a dança fosse destinada a recebê-la.
E ela que bem precisava. O Verão com o advogado terminara. Sim, um advogado, outro. Havia qualquer coisa na retórica daqueles homens, devia ser isso. (Poupemo-nos entretanto a descrições físicas, aí veríamos uma verdadeira divagação – provavelmente saudosista – por parte da viscondessa.)
De qualquer modo, o último advogado já era e não se podia permitir a ficar em grandes melancolias, reclusa no seu palacete do Campo Grande.
Por isso, ei-la, a viscondessa de Lima Campos, perdendo-se em fresquíssimo gáudio nos salões e óleos do Bristol. Estava sozinha e percebeu que alguns falavam dela. (Convenhamos que três casamentos civis, para a Lisboa da época, era um número considerável.)
- O one step!
Nova euforia na sala. Oh, alguém abra uma garrafa de champanhe com ruído, por favor! É o toque que falta ao momento, sem dúvida. Leonor sorria. E que fazer, senão sorrir perante tal encantador espectáculo?
- Senhora Viscondessa?
Leonor olhou na direcção da voz. Era um desconhecido que lhe dava o braço. E porque não? Sorriu, dançou com ele. Era mesmo o que ela precisava. Riu-se enquanto dançava, trocava olhares com o seu parceiro. Riu-se.
Sejamos francos. Não, não era necessária qualquer retórica.
Relatado por Jules
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