Os fins de tarde passam de forma serena. É a hora que mais gosto no dia. O sol cede perante a lua e o escuro da noite. Deixa sempre uma sensação de felicidade nostálgica. As ruas estão vazias e o sol deixa um tom rosa no céu.
Estava a arrumar as cadeiras do salão com a porta do club aberta, para entrar a ultima luz do sol. O senhor Afonso estava a limpar copos no bar. Alguém pergunta se pode entrar. Era uma voz aguda, feminina, suave, educada. "Entre, já vou aí ter consigo". Subo as escadas e vejo...
Desta vez os olhos dele já não se cruzaram com os meus. Olhava para o chão ou desviava o olhar. Ao seu lado estava uma menina com os olhos mais azuis, que eram definitivamente os da mãe. "Papá, papá! Vai haver musica?".
"Eu mato-o!". Atropelando tudo e todos apareceu a senhora Adelaide num claro estado de nervosismo misturado com loucura.
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