sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Bristol Club. 5 Fevereiro 1929

Todas as noites há sempre alguém que se embebeda. Fazem-no porque se querem divertir mais, porque estão tristes demais ou simplesmente com coragem a menos.
Todas as noites há cenas de macacadas que metem todo o club a rir. A música pára para focar a atenção no espectáculo e o publico no final, quando a coisa começa a descambar, com relutância arrasta os loucos para a rua. Todas as noites há mulheres que vêm buscar os seus maridos ou filhos, que já nem sabem onde estão. Todas as noites as raparigas se queixam de um ou outro homem, que se atrevem demais, sob o efeito do álcool, e todas as noites o Luís tem de ir resgatar a Rute ou a Sandra.
Mas do que mais gosto é quando estou atrás do balcão e me dizem o que lhes vai na alma e no coração. Uma verdadeira poção divina. Não há maneira de esconder. É a essência da pessoa a emergir. O álcool destrói amarras e muralhas de castelos.

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